Diego Rocha Pereira, editor responsável pela divulgação do vídeo que gerou o afastamento do jornalista William Waack do Jornal da Globo, participou de uma mesa de debates no último dia da FlinkSampa 2017. O bate-papo reuniu representantes da Faculdade Zumbi dos Palmares e também  da “Frente Favela Brasil”.

O editor enfatizou que a expressão “coisa de preto” não pode ser tratada como normal embora já esteja inserida na fala cotidiana.

O porta-voz  da “Frente Favela Brasil”,  Daniel Souza,  observou  que “coisa de preto é  tudo o que o negro quiser fazer, que o negro tem a liberdade escolher o que quer fazer e  onde quer estar, sem restrições”.

Ainda durante a entrevista, Diego Rocha observou que o mercado audiovisual  é restrito para o profissional negro  e que percebe que há poucos negros na  área da comunicação.

Quando questionado se receou sofrer retaliações ao optar pela publicação do vídeo,  Diego  declarou que uma empresa que apoia atividades racistas não é de seu interesse. Ele também observou que a defesa da causa está acima do medo e que não irá se omitir. O rapaz ressaltou ainda que, enquanto profissional, pretende seguir em sua área de atuação e que a publicação do vídeo foi posterior ao período em que esteve na emissora. Ele disse acreditar que a divulgação do material servirá de incentivo para que outros profissionais que presenciam situações semelhantes não se inibam e  que isto não afetará a qualidade do exercício profissional prestado por eles.

Vale lembrar que Diego tem sofrido ataques frequentes nas redes sociais por parte dos que defendem o ex-âncora da Rede Globo  e também por parte daqueles que o responsabilizam  pelo comprometimento da carreira do jornalista.

Durante o debate, a ex-aluna do curso de direito da Faculdade Zumbi dos Palmares, a advogada Andrea Aparecida Luiz, que também participou da mesa, destacou a importância de se formar em uma instituição que permite a reflexão, a interpretação e o posicionamento frente a situações com esta que envolveu o jornalista William Waack.