Durante o debate o presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, lançou seu último livro

Na tarde deste sábado (18), terceiro e último dia da FlinkSampa, o escritor Jorge Carlos Fonseca, também presidente de Cabo Verde, participou do seminário literário “Literatura em Vozes Polifônicas”.

Mediado por Márcia Souto, da editora Rosa de Porcelana, o debate também contou com a presença da escritora mineira, Conceição Evaristo, e do escritor cabo-verdiano, Felinto Elíseo.

O evento que contou com grande adesão do público, foi aberto com a fala de Márcia Souto que leu trechos dos poemas dos escritores presentes e, em seguida, pediu que cada um deles discorresse sobre a presença da polifonia em suas obras.

Sobre o poema de Conceição Evaristo, Márcia ressaltou que a prosa da escritora revela as desigualdades sociais e de gênero que existiram e ainda existem na sociedade brasileira. “A voz de uma poeta mineira ecoou a polifonia que reafirma a sobrevivência dos seres humanos subjugados”, destacou ela.

Em relação à obra de Felinto Elíseo, Márcia disse se tratar de uma literatura que reverbera a polifonia de vários outros poetas como, por exemplo, do brasileiro Manoel de Barros.

Já sobre a obra de Jorge Carlos Fonseca, segundo a editora, seus escritos são polifônicos na medida em que discorrem sobre as várias visões poéticas que ele constrói da cidade de Praia, capital daquele país.

Em seguida foi a vez de Fonseca dizer que se sentiu privilegiado por ter sido convidado para vir ao Brasil e à FlinkSampa. Ele também lembrou que os cabo-verdianos ainda têm uma visão romantizada do Brasil que foi construída a partir das novelas e do futebol brasileiro e que, da mesma forma, há um desconhecimento dos brasileiros em relação a Cabo Verde.

Apesar disso, o presidente-escritor, disse que Cabo Verde é um país pequeno que tem a necessidade de se abrir para o mundo e que a literatura possibilita essa abertura.

Ao final do debate, Fonseca lançou seu livro “O Albergue Espanhol”, publicado pela editora Rosa de Porcelana.