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“Minha participação nessa mesa foi importante não só para divulgação das minhas obras, mas para falar de como o povo africano lida com as questões sociais, em particular com o racismo”, disse Pereira Lopes. Mesmo com aspectos semelhantes, tanto em termos culturais quanto históricos, Moçambique e Brasil agem de modo diferente quando o tema é questão racial. “Os problemas da negritude existem em Moçambique, porém menores se comparadas à discriminação econômica, e não apoquentam muito a sociedade. No Brasil, esse problema é muito maior do que em Moçambique nos anos do regime colonial, entretanto com uma grande influência política, lá as questões de desigualdade foram resolvidas . Aqui é preciso uma mudança de consciência do povo brasileiro”, afirmou.

Jorge Dikamba (escritor e compositor) agradeceu a oportunidade que a Faculdade Zumbi dos Palmares lhe proporcionou “de vir conhecer de perto o trabalho da faculdade que há muito ouvia falar. É preciso que a Zumbi dos Palmares se espalhe para outros estados brasileiros”, sentenciou. Dikamba também discorreu sobre as ações afirmativas que estão sendo desenvolvidas em seu estado, Minas Gerais. Outro participante da mesa, Marco Carvalho enfatizou que mesmo velado, o racismo existe, sendo preciso refletir sobre todas as nuances que o envolve.

Manto Costa (jornalista e escritor) discorreu sobre a exclusão social e o problema do racismo velado que vivemos no Brasil. Também fez uma análise sobre os quilombos do século XXI – as favelas de onde saem tantos talentos – cantores, dançarinos, escritores – misturados pela violência da exclusão social. “Como jornalista sou

Marco Costa e como escritor sou conhecido como Manto Costa. Não sou panfletário, mas a minha luta está na minha escrita “, finalizou.